Cartas do Gestor – Julho 2024

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Prezado(a)s amigo(a)s e investidore(a)s,

Em julho, o cenário global seguiu evoluindo na direção que esperávamos, com números relativamente baixos de inflação nos Estados Unidos abrindo as portas para cortes de juros a partir de setembro. Entre os demais bancos centrais que cobrimos, quase todos continuaram seus ciclos de cortes ou deram indicações de que continuarão ou iniciarão, com exceção do Japão e do Brasil.

A moeda japonesa foi o destaque de valorização do mês, com o Banco do Japão corroborando a expectativa de alta de juros precificada pelo mercado e indicando mais altas à frente, possivelmente na direção de ao menos levar os juros reais de volta ao patamar do pré-pandemia (ao redor de -1%). Os diferenciais de juros entre os demais países desenvolvidos e o Japão devem seguir caindo ao longo dos próximos meses, o que deve ser positivo para o iene, partindo de um nível ainda muito desvalorizado historicamente.

No Brasil, a decisão do Copom do último dia do mês nos levou a acreditar que o nível de taxa de câmbio “tolerável” para que a Selic não volte a subir é um pouco mais desvalorizado do que imaginávamos, já que o resultado apresentado do modelo ainda vê a inflação no horizonte relevante ao redor da meta (em 3,2%) mesmo com o dólar/real em 5,50. Em outras palavras, sem uma nova rodada de desvalorização do real, o BC deve preferir manter os juros em 10,50%, observando como os mercados reagirão ao início das quedas dos Fed Funds.

A atividade econômica doméstica seguiu surpreendendo positivamente, o que nos levou a ajustar as projeções de PIB de 2024 e 2025 para cima (vemos agora crescimentos de 2,5% e 1,9%, respectivamente). Como consequência, esperamos um pouco mais de inflação de serviços, com a variação anual do IPCA cheio atingindo 4,2% em 2024 e 2025.

Obrigado,

Luciano Sobral, economista-chefe da Neo.

 

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