Cartas do Gestor – Agosto 2023

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Prezado(a)s amigo(a)s e investidore(a)s,

No mês de uma grande ampliação dos BRICS liderada pela China em tentativa de, entre outros objetivos, viabilizar um maior volume de comércio global em outras moedas que não o dólar, a moeda americana seguiu se valorizando contra maioria dos pares que acompanhamos. Seja pela resiliência da atividade econômica ou pela disposição renovada do Fed de seguir praticando juros reais altos para levar a inflação de volta a 2%, a liderança do dólar entre as moedas de países desenvolvidos é difícil de ser contestada no curto prazo. Adiante, a China terá primeiro que superar os temores sobre o esgotamento do seu modelo de crescimento para que o yuan possa ser considerado seriamente como possível ameaça.

Seguimos vendo um cenário favorável para desinflação global à frente. Assim, na maioria dos países que acompanhamos (EUA incluídos), os juros de política monetária já teriam chegado ao nível máximo no ciclo. A manutenção de taxas altas por bastante tempo, deve seguir freando a atividade econômica e mantendo elevado o risco de eventos de crédito ou similares que levem a um afrouxamento monetário mais rápido do que o precificado nos mercados futuros.

No Brasil, o noticiário fiscal voltou a influenciar preços, com a apresentação do orçamento federal para 2024 e a necessidade explícita de se levantar mais de R$160 bilhões em novas receitas para que a meta de resultado primário equilibrado seja atingida naquele ano.

Na conjuntura atual, não acreditamos que o governo estará disposto a cortar gastos substancialmente caso não tenha sucesso em aumentar a arrecadação de impostos, de forma que a credibilidade do arcabouço como âncora fiscal não sobreviverá sequer ao seu primeiro ano de implementação. As perspectivas não melhorarão, evidentemente, quanto mais perto se chega de novas eleições gerais, de forma que acreditamos que os prêmios de risco devem seguir aumentando nos juros locais mais longos.

Obrigado,

Luciano Sobral, economista-chefe da Neo.

 

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