Prezado(a)s amigo(a)s e investidore(a)s,
Novembro trouxe poucas novidades no cenário econômico global. Com o fim do ‘shutdown’ do governo americano, os dados oficiais voltaram a ser publicados, com destaque para o relatório de emprego de setembro. A criação líquida de vagas voltou a ser relativamente forte (mais de 100 mil no mês), mas a alta marginal na taxa de desemprego (de 4,3% para 4,4%) prevaleceu na interpretação dos agentes. Um novo corte de juros em dezembro passou a ser quase totalmente precificado nos mercados futuros, e, com isso, os ativos de risco globais seguiram a tendência otimista dos últimos meses. O cenário-base para os juros reais nos Estados Unidos ao longo de 2026 continua encaminhando-se para a adoção de taxas estimulativas, ao redor de 0% em termos reais.
No Brasil, os dados de preços publicados ao longo do mês confirmaram a perspectiva de inflação anual abaixo de 4% até o final de 2026. O mercado de juros futuros aprofundou a precificação de cortes na Selic, com a curva agora descontando a taxa básica ao redor de 12% no final do ciclo.
Nosso cenário de cortes de juros mais graduais (Selic a 13,25% no final de 2026) reflete uma preocupação com a taxa de câmbio que, por enquanto, ainda não se materializou. Ainda assim, mantemos a expectativa de alguma depreciação em dezembro, por conta das saídas habituais para pagamentos de lucros e dividendos, agravada, neste ano, pela mudança na legislação tributária. Caso essa depreciação não se materialize, devemos, no início de 2026, revisar a trajetória para algo mais próximo ao precificado na curva de juros.
O ambiente político/fiscal também não teve muitas novidades, com as definições sobre uma candidatura presidencial de oposição provavelmente ficando para 2026. A importância do resultado das eleições deve seguir ofuscando notícias marginalmente ruins para a trajetória fiscal.
Luciano Sobral, economista da Neo.
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